O IMPACTO DO AQUECIMENTO GLOBAL NO BRANQUEAMENTO DE RECIFES DE CORAIS.

O branqueamento de recifes de corais é um fenômeno alarmante que tem se intensificado globalmente devido ao aumento das temperaturas da água do mar, causado principalmente pelo aquecimento global. Esse evento devastador ocorre quando os corais expulsam as algas simbióticas que vivem em seus tecidos, resultando na perda de sua coloração característica e, em casos extremos, na morte dos corais.

Recife de corais saudável antes do branqueamento.

A magnitude desse problema torna-se evidente ao analisar os números. Desde a década de 1980, episódios de branqueamento de corais têm aumentado em frequência e severidade. Por exemplo, um estudo liderado pela Universidade de Newcastle descobriu que o número de eventos de branqueamento dobrou a cada década nos últimos 40 anos. Mais alarmante ainda, projeções indicam que até 2050, quase todos os recifes de corais do mundo estarão em risco de branqueamento anualmente se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo atual.

Impacto do branqueamento de corais: corais desprovidos de suas algas simbióticas.

O principal motor por trás do branqueamento é o aumento da temperatura da água do mar. Quando as temperaturas excedem os limites toleráveis pelos corais, eles expulsam as algas zooxantelas que vivem em simbiose com eles. Essas algas não apenas fornecem cor aos corais, mas também são responsáveis pela produção de energia por meio da fotossíntese. Sem as algas, os corais ficam desnutridos e suscetíveis a doenças.

Aquecimento global: aumento da temperatura da água do mar desencadeia o branqueamento de corais.

Além do aquecimento global, outros fatores estão contribuindo para a devastação dos recifes de corais. A acidificação dos oceanos, causada pela absorção de dióxido de carbono atmosférico, prejudica a capacidade dos corais de construir seus esqueletos de carbonato de cálcio. A poluição, incluindo resíduos plásticos e escoamento agrícola, agrava o estresse dos corais, tornando-os mais vulneráveis ao branqueamento e a doenças.

Poluição marinha agrava o estresse dos corais, tornando-os mais vulneráveis ao branqueamento.

Para visualizar a extensão desse problema, considere os seguintes exemplos:

• A Grande Barreira de Coral, o maior sistema de recifes de corais do mundo, sofreu severos episódios de branqueamento em 2016, 2017 e 2020, afetando áreas extensas e causando danos irreversíveis em algumas regiões.
  

• No Caribe, estima-se que mais de 80% dos corais tenham sido afetados pelo branqueamento em 2005, resultando em perdas significativas de biodiversidade e prejuízos econômicos para as comunidades dependentes do turismo.
  

Cada episódio de branqueamento de corais ecoa como um alarme, recordando-nos da urgência em mitigar o aquecimento global e proteger esses ecossistemas marinhos vitais, cujo destino está intimamente entrelaçado com o nosso próprio.

Esses exemplos ilustram a urgência de ações para mitigar o aquecimento global e proteger os ecossistemas de recifes de corais. É imperativo que medidas sejam tomadas em níveis global, regional e local para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, controlar a poluição e promover práticas de gestão sustentável dos recifes de corais. Somente assim poderemos garantir a sobrevivência desses preciosos e diversos ecossistemas marinhos para as futuras gerações.

Efeito cascata do branqueamento: corais sufocados por algas invasoras.

REFERÊNCIAS:

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TEXTO & IMAGENS:

✍🏻: Rodrigo Santos.

📷: Getty Imagens.